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Mar Dulce Mar - Rio Amazônas - Frederico Brandini


A metade norte do continente sul americano é erodida pela bacia hidrográfica do Amazonas, a maior do mundo com cerca de 5,8 milhões de Km2. E todo esse material converge para a única saída possível na direção do oceano, o estuário do Rio Amazonas, por onde passam diariamente 600 mil metros cúbicos de água doce por segundo e 3 milhões de toneladas de sedimento. O que me intriga, não apenas no conteúdo da educação fundamental brasileira, mas também na base de informações científicas e acadêmicas do Brasil, é a pobreza de informações ambientais e biológicas sobre essa região, batizada de "Mar Dulce" pelo navegador espanhol Vicente Pinzón em 1500, no mesmo ano em que Cabral "achava" o Brasil.

O nome passou a ser usado pelos espanhóis para todo o rio, até Francisco Orellana mudar para Amazonas em 1542. O estuário amazônico é um dos ecossistemas costeiros mais importantes do mundo do ponto de vista ecológico e ambiental e, no entanto, quase nada sabemos sobre este imenso habitat costeiro. Uma das razões é sem dúvida a distância e a dificuldade de acesso, somadas ao baixo índice populacional e sócio-econômico da região.

A foz do Amazonas é tão geograficamente grande e desabitada que para estudá-la um barco de pesquisa deveria ser acompanhado por um posto de gasolina flutuante. As distâncias a serem percorridas são enormes. Barcos pequenos não tem autonomia suficiente para cobrir toda área. Navios que vem do mar só navegam por canais profundos com acesso ao rio, vias tradicionais da navegação local; 99% da área não permite o acesso de barcos maiores devido à baixíssima profundidade como conseqüência da deposição contínua de sedimentos trazidos pelo rio.

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