quinta-feira
Saúde... ”Direito de todos dever do Estado”...
Quando se criou os DSEIs (Distrito |Sanitário Especial Indígena) foi pensando em melhorar a Saúde de um Povo já muito excluído, e incluir no Sistema Único de Saúde (SUS), mas como fazer esse trabalho numa população tão diversificada em seus saberes, cultura, mitos e tradições? A própria população indígena deu a resposta, formar em nossos meio profissionais para dar o suporte, mas enquanto não acontecesse essa formação contrataria profissionais não indígenas com perfil para poder atuar em varias regiões e etnias do Brasil. Então deu ínicio os trabalhos em 1999 e num período de 4 anos viu-se tudo, descasos, desvios de verbas, exclusão,discriminação,precariedade no atendimento básico,alta rotatividade de profissionais, óbitos por causas evitáveis etc..., e a saúde que era para ser promovida e preventiva tornou-se curativa. Isso tudo num contexto nacional E preocupado com a saúde do seu Povo, numa reunião do CONDISI (Conselho Distrital de Saúde Indígena) dois jovens Paresí lançaram a proposta de gerenciar a Saúde de seu Povo, idéia essa vinda de várias reuniões nas comunidades e com outras instituições. No inicio foi muito criticado, mas confiaram e continuaram. Como já existia em sua organização sócio-politica uma Associação a Halitinã eles assumiram em 2003, e nesse período formaram no projeto Xamã Auxiliares de Enfermagem Indígenas e pelo Dsei/Cuiabá AIS (Agentes Indígenas de Saúde) e AISAN (Agentes Indígenas de Saneamento).
A EMSI (Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena) estava pronta para realizar os trabalhos em área. Depois de quase 10 anos no atendimento á saúde de seu povo Haliti-Paresi a Associação Halitinã vem montando estratégias para que todos os planos do governo federal sejam incluídos em seu contexto. Mas respeitando as particularidades e as diversidades do Povo. As ações acontecem num período de 20 dias. As EMSI são formadas pelos seguintes profissionais: 01 Médico, 02 Odontólogos, 03 Enfermeiras, 08 Técnicos (sendo 02 Indígenas) 07 Auxiliares de Enfermagem Indígenas, 02 ACD (Auxiliar de Consultório Dental) 25 Agentes Indígenas de Saúde, (27 Agentes Indígenas de Saneamento), distribuídos em três Pólos Base sendo que, há atualmente 52 aldeias numa área de difícil acesso em algumas aldeias). As ações básicas de saúde desenvolvidas pela EMSI estão dentro dos programas de saúde preconizadas pelo Ministério de Saúde do Governo Federal entre elas:Programa de Atenção a Saúde da Mulher: ações desenvolvidas são:Pré natal, coleta de preventivo uma vez ao ano ou mais conforme a demanda,enfocando sempre através de palestras e orientações domiciliares importância das ações na prevenção das doenças. O programa SISVAN (Sistema Vigilância Alimentar Nutricional), realiza o acompanhamento e monitoramento nutricional nas crianças de 0 a 05 anos mensalmente, e também monitoramento nutricional das gestantes em pré-natal, e anualmente é realizada a vigilância nutricional da população idosa, O programa de atenção as Doenças crônicas degenerativas se dá através do HIPERDIA (Hipertensão e Diabetes) cuidados e acompanhamento das pessoas com Hipertensão e diabetes dados esses coletados em busca ativas numa população acima de 25 anos anualmente, bem como através da glicemia capilar realizamos a busca ativa de Diabetes na faixa etária descrita acima. As ações de Saúde Bucal estão basicamente voltadas a realizar: escovação supervisionada, distribuição de material de higiene bucal, exodontia, restauração (amalgama e resina), endodontia, e educação para saúde bucal.
Além disso, a Tuberculose por ser área endêmica a EMSI realiza mensalmente a busca ativa dos sintomáticos respiratórios, nos casos em que confirme o a suspeita a notificação e o tratamento e realizado pelos municípios e, em DST/AIDS é
realizado trabalhos de prevenção, orientação, distribuição de preservativo, sendo em casos de suspeitas o tratamento e realizado após notificação. A Imunização da população é realizada a cada três meses e são oferecidas todas as vacinas preconizadas pelo calendário indígena, esta ação é realizada em conjunto com várias entidades como o Secretaria Estadual de Saúde e Funasa/Dsei Cuiabá, que disponibiliza as doses a serem aplicadas, através de relatórios mensais, e todas as doses aplicadas são enviadas aos municípios que fazem parte da área indígena. A organização é realizada no escritório da Halitinã pela Técnica de Enfermagem Lucimeire Carvalho, que vai para a área indígena Paresi acompanhada pelas Equipes Multidisciplinares dos 3 Pólos Base, entre elas temos a vacina Influenza que é feita em toda população a partir de seis meses de idade, agora em março será oferecida a vacina de H1N1 a toda população, temos também a disposição da população indígena as vacinas contra varicela e pneumococo 23, que a população não indígena não tem disponibilizado na rede pública. De seis em seis meses é realizado uma cobertura geral de vacina que tem sido satisfatória nos últimos anos. Com os dados obtidos tem se notado que diminuiu em grande escala os casos de doenças e agravos imunopreviniveis.
A Saúde Mental implantada há um ano tem elevado o nome da Associação Halitinã a várias esferas do governo por ter alçando em pouco tempo dados fidedignos sobre o uso e abuso de bebidas alcoólicas na área indígena Haliti-Paresi. Depois de realizadas as oficinas, palestras e confecções de cartilha organizaram-se no de novembro na aldeia Bacaval uma capacitação para multiplicadores no qual teve participação de várias pessoas em recuperação do uso abusivo de bebidas alcoólicas, fato este que deixou o Povo Haliti-Paresi com mais confiança nos trabalhos e no mês de dezembro a responsável pela as ações Andrea Maria Luciana e Leonel Nezomae, foram juntamente com Daniele Spanhol coordenadora da Saúde Mental do Dsei/Cuiabá e Cícero representante do Povo Bororo a um evento na cidade de São Paulo como convidados para falar do sucesso da Saúde Mental na comunidade Haliti-Paresi. Nesse ínterim foi falado que graças ao trabalho realizado ficamos em primeiro lugar junto com a Cidade de Campo Grande MS em Promoção e Prevenção na Saúde Mental. Hoje contamos com 20 multiplicadores juntamente com as EMSI para dar a continuidade ao trabalho. E já com grandes expectativas de um filme de curta metragem tendo como elenco a comunidade Haliti-Paresi. O roteiro abordado no curto será sobre esse problema tão grave que vem abalando a estrutura das comunidades indígenas. Mostrará a sua bebida original o oliniti e quando foi inserido o álcool nas comunidades, servirá de instrumento fundamental para a conscientização na educação e prevenção e diminuição dos danos às futuras gerações. Já que não se tem até o momento nenhum material nesse sentido para a população indígena Muito em breve já estará em fase de produção.
E é assim de uma maneira clara, objetiva e organizada é feita a Saúde do Povo Paresi pela Associação Halitinã.
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Rádio: " O MUNDO PARA CRISTO "
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