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Ladeia critica veto à expansão do cultivo da cana em MT



O prefeito de Tangará da Serra, Júlio César Ladeia (PR), criticou nesta sexta (11) a decisão do presidente Lula (PT) de lançar em 17 de setembro o projeto que veta a expansão do cultivo da cana-de-açúcar na bacia do Alto Paraguai, no entorno do Pantanal mato-grossense. “Precisamos entender o que significa isso, o que está acontecendo em Brasília, pois não podemos pagar por um crime que não cometemos. Tangará da Serra tem 52% de sua área como reserva indígena e quase 30% de área preservada. Então não podemos ser penalizados”, defendeu.

A proposta de zoneamento da cana, que ainda será apreciada no Congresso Nacional, proíbe a concessão de licenciamento para novas áreas de cultivo, bem como a autorização de novas usinas pelo Ministério da Agricultura. Lula quer cumprir o compromisso assumido com a União Européia, em 2007, de que o biocombustível brasileiro não vai aumentar o desmatamento nem provocará queda na produção de alimento.

Na avaliação de Ladeia, Tangará da Serra terá prejuízo com a ausência dos investimentos previstos para a construção de duas usinas. Ele explica que os produtores investiram pesado nos projetos. O vice-presidente da Famato, Normando Corral, também defende o setor sucroalcooleiro.

Segundo ele, a aprovação da proposta de Lula vai engessar 80% da maior região produtora de cana do Estado. “Ao contrário de outros Estados que aumentaram a produção, segundo cálculos da Conab, Mato Grosso teve redução de 4%. Isso é fruto das restrições impostas quase que exclusivamente ao produtor mato-grossense, que se encontra sem incentivos e ainda com vários empecilhos para produzir”, afirma.

De acordo com Corral, o anúncio oficial do zoneamento vai comprometer a liberação de recursos para o setor. “A sociedade mato-grossense, não só do setor produtivo, tem que se mobilizar para que isso não aconteça, pois temos a melhor linha de produção de etanol do Brasil”, disse.

No entorno do Pantanal mato-grossense, funcionam cinco usinas: Cooperb, em Lambari D´Oeste; Cooperb II, em Mirassol D´Oeste; Itamarati, em Nova Olímpia; e Mato Grosso Barrálcool, em Barra do Bugres. Elas foram instaladas até o início dos anos 1980, antes de uma resolução do Conama vetar novos empreendimentos na região. A bacia dispõe de 56 mil km2 aptos ao cultivo da cana, apesar de abrigar também as nascentes dos rios que deságuam no Pantanal. Do território sul-mato-grossense há uma usina na abrangência da bacia do Alto Paraguai. Trata-se da Sonora Estância, em Sonora.

Pela proposta de Lula, elas continuarão em funcionamento, mas novos empreendimentos estão vetados. Apesar disso, a proposta do presidente também deve provocar nova reação dos ambientalistas. Comandados pelo ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, eles alegam que o cultivo da cana na área onde funcionam as cinco usinas pode contaminar o Pantanal.
RETIRADO DO BLOG XEQUE MATE
http://xequematenews.blogspot.com

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