terça-feira

Casal Capiberibe elege senador e deputada no Amapá

Mesmo tendo o registro indeferido na última sexta-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por causa da Lei da Ficha Limpa, o candidato João Capiberibe (PSB) conseguiu votos suficientes para se eleger na segunda vaga para o Senado no Amapá. Segundo balanço do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), Capiberibe teve 130.038, total que fica abaixo somente dos votos conseguidos pelo candidato Randolfe Rodrigues (PSOL), com 203.259 votos.

Na divulgação feita pelo TSE, o total de votos de Capiberibe aparece zerado, situação que se repete com os demais políticos que tiveram as candidaturas suspensas por causa da Ficha Limpa. No balanço de Brasília, Gilvam Borges (PMDB) surge em segundo lugar, com 121.015 votos. “Vou ser diplomado em dezembro, já recorremos contra o indeferimento da nossa candidatura no TSE e ainda entraremos com um recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal”, disse Capiberibe. Borges é o principal aliado de José Sarney no Estado. Capiberibe, o maior inimigo.

A mulher de Capiberibe, Janete Capiberibe (PSB), que concorreu a uma vaga para deputada federal, mas que também teve o registro cassado pelo TSE na semana passada, foi a deputada federal mais votada do Amapá. Segundo balanço do TRE-AP, ela teve 28.073 votos. “Nós não temos eleitores, temos devotos”, disse. “Sofremos uma campanha da rede de rádio e televisão comandada por nossos adversários e mesmo assim conseguimos a eleição”, acrescentou.

Segundo turno

Com 100% da apuração numa das disputas mais acirradas de todo território nacional, o segundo turno no Amapá vai ser disputado entre Lucas Barreto (28,93%) e Camilo Capiberibe (28,68%). O terceiro colocado, Jorge Amanajás (PSDB), quase passou ao segundo turno, com 28,19% dos votos. O resultado foi uma resposta dos eleitores às denúncias que vieram à tona no Estado depois da Operação Mãos Limpas, desencadeada no dia 10 de setembro pela Polícia Federal (PF).

O governador Pedro Paulo Dias (PP), candidato à reeleição, e o ex-governador Waldez Góes, que disputava ao Senado, ambos presos na Operação, ficaram em quarto lugar nas respectivas disputas. Entre os vencedores, tanto Barreto como Camilo Capiberibe não integram a aliança política que no Amapá era chamado de “grupo da harmonia” e que impedia informalmente as críticas entre instituições que deveriam se fiscalizar. Junto com a mãe e o pai, os Capiberibes representavam a principal força de oposição a esse grupo.

Barreto tem uma candidatura independente e fez de Randolfe Rodrigues (PSOL), que concorreu ao Senado, o seu principal aliado. “Nossas alianças no segundo turno vão ser coerentes com toda nossa campanha, queremos representar a mudança a tudo que foi mostrado na Operação Mãos Limpas”, disse Randolfe.

O nome do presidente do Senado José Sarney deve ser lembrado na segunda etapa da disputa por causa da forte rejeição que enfrenta hoje no Amapá. Capiberibe tenta associá-lo à candidatura Barreto. “Ele é o escolhido de Sarney aqui no Estado, tanto que foi beneficiado por um emprego via atos secretos”, disse Camilo. Barreto, que afirma ter guardado as passagens aéreas para Brasília durante os anos que trabalhou no Senado, disse que respeita Sarney.

Agência Estado

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